Seguindo a linha de postagens que será repetida ao longo de toda a semana, a quarta seleção de livros para serem lidos no isolamento voluntário está imperdível. Para ler a anterior, clique aqui.
Contos Fluminenses (Machado de Assis)
Enquanto ninguém chega a uma conclusão sobre Capitu ter ou não traído Bentinho, que tal ler outros títulos de Machado de Assis? “Contos Fluminenses” marcou sua estreia no mundo literário (foi lançado, originalmente, em 1870) e traz um recorte da sociedade daquela época, expondo hábitos e costumes da sociedade. Por ser o primeiro trabalho do escritor, algumas de suas marcas registradas, como a ironia e o realismo bastante descritivo, ainda não são tão presentes, o que não tira o brilho da obra.
Gritos do Passado (Camilla Läckberg)
A sueca Camilla Läckberg é apontada na Europa como a nova Ágatha Christie. Seus trabalhos foram traduzidos em 35 idiomas e vendidos em mais de 50 países, o que resultou em mais de 20 milhões de livros vendidos. A série passada na pacata cidadezinha de Fjällbacka foi parcialmente lançada no Brasil, mas enquanto os livros mais recentes não são chegam, o público pode conferir os já editados (e, se quiser ler os seguintes, obter os ebooks lançados de Portugal). “Gritos do Passado” é o segundo da coleção (que se inicia com “A Princesa do Gelo”), mas que pode ser lido de forma independente, como todos os outros, e foi selecionado por ser um dos melhores da autora. Três corpos sao encontrados, sendo dois de mulheres desaparecidas há muitas décadas, e a investigação traz a tona problemas antigos de uma das famílias mais influentes da cidade, que terá que lidar com os desdobramentos de cada descobertas.
Pequeno Segredo (Heloisa Schurmann)
A família Schurmann tornou-se nacionalmente conhecida por suas expedições de volta ao mundo. Apesar de toda a visibilidade, um segredo foi mantido escondido do público: a menina Kat, adotada no começo da década de 1990, tinha HIV. No livro, a mãe narra como era a realidade das viagens com uma criança com saúde debilitada, que eventualmente precisava de atendimento médico em lugares remotos, mesclando essas memórias às lembranças felizes construídas naquele período, como quando Kat descobriu que não encontraria coelhinhos na Ilha de Páscoa e as demais descobertas ao longo do mundo. A última parte é escrita pela própria menina, já pré-adolescente, que narrou em seu diário sua visão do mundo, a descoberta da verdade sobre sua doença (escondida até dela para poupá-la do preconceito que era tão forte na sociedade da época) e o peso desse conhecimento até suas últimas palavras, em 2006, quando ela perdeu a luta conta a doença. O livro deu origem ao filme homônimo, dirigido por David Schurmann (filho de Heloisa e irmão de Kat), e que foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2017, mas acabou ficando de fora da lista de pré-indicados.
Quarto (Emma Donoghue)
Outro livro que deu origem a um filme (“O Quarto de Jack’, indicado ao Oscar de Melhor Filme em 2016), “Quarto” narra a trajetória do menino Jack, de cinco anos. Criado em um cativeiro junto com sua mãe, que o poupa de notar a realidade confinada, ele acredita que todo o universo está ali dentro daquelas quatro paredes até que o inimaginável acontece: eles são libertados. A partir de então, o garoto descobre todos os pequenos prazeres da vida, como observar o azul do céu, ao mesmo tempo que sente falta daquilo que conhecia como vida, contrariando as expectativas dos adultos incapazes de entenderem sua perspectiva.
A Última Mensagem de Hiroshima: O Que Vi e Como Sobrevivi à Bomba Atômica (Takashi Morita)
Takashi Morita, que recém completou 96 anos, é proprietário de uma mercearia no bairro da Saúde, na Zona Sul de São Paulo. Seus clientes talvez não saibam que estão conhecendo um sobrevivente da bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 1945. Então um jovem com 21 anos, ele saiu de casa naquele dia sem imaginar que sua vida mudaria para sempre. Protegido por sua farda, ele presenciou toda a tragédia sem sequer entender o que tinha acontecido, o que o levou a voltar ao epicentro para tentar ajudar os feridos. Seu relato, sem filtros, narra tudo o que foi presenciado naquela fatídica data. As páginas relatam ainda as consequências da radiação em sua saúde e sua luta em obter não apenas para ele mas para todas as vítimas que deixaram o Japão os mesmos benefícios governamentais, como o acesso a serviços médicos para lidar com as consequências daquele ataque.
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