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Aos 100 anos, morador de Copacabana Aluysio Franco Moraes celebra a vida


Aluysio Franco Moraes

O aniversário do engenheiro militar reformado Aluysio Franco Moraes nesse ano foi marcado por uma surpresa: o idoso comemorou 100 anos. “Achava que eu não chegaria”, conta o morador de Copacabana, que celebra não só a nova idade como a boa saúde.


Aluysio passou a infância em Marechal Hermes, onde vivia com os pais e os cinco irmãos. Estudou em uma escola militar e ao chegar na idade adulta, optou por seguir carreira no Exército. Aos 18 anos, ingressou na Escola Preparatória de Cadetes, em Porto Alegre. Posteriormente, transferiu-se para o Rio de Janeiro, mas ao escolher uma carreira, escolheu a Engenharia.


Dos trabalhos nessa área, orgulha-se de muitos, como o aumento do prédio do Instituto Militar de Engenharia. “Fiz o terceiro braço do edifício da Praia Vermelha”, conta, mencionando que ao vencer o edital, garantiu uma economia de 3 milhões de cruzeiros aos cofres públicos, já que sua proposta era a mais barata. Também ergueu um dos edifícios da Escola Superior de Guerra; desenvolveu um projeto para a Escola de Sargentos, onde viu um pavilhão ser nomeado em sua homenagem; e também assinou os dois primeiros prédios que usaram concreto armado no município. Ao passar para a reserva, foi um dos responsáveis pelo prédio da Caixa Econômica, no Centro, o primeiro de 30 andares a adotar essa tecnologia; e seguiu atuando em construções de apartamentos e escritórios.


Nessa época, já vivia em Copacabana, bairro que escolheu para morar na década de 1950 com sua esposa. Viveram juntos por 75 anos e tiveram um filho, morto aos 43 anos. Este deixou três netos ao casal e quando Aluysio ficou viúvo, em abril do ano passado, um deles passou a residir em seu apartamento, lhe fazendo companhia. O contato com outros familiares também é frequente: um dos sobrinhos sempre o telefona até para avisar sobre os jogos do Vasco da Gama na TV. Sabendo do gosto pelo time, os porteiros do edifício onde vive se juntaram e fizeram uma vaquinha para custear uma camiseta personalizada, entregue em seu aniversário. “Fiquei muito satisfeito!”


No passado, o militar também se divertia jogando futebol na praia, passatempo que abandonou na medida em que a idade ficou avançada. “Hoje só faço palavras cruzadas e jogo paciência”. A TV é outra de suas distrações. Dentre as atrações favoritas, cita o programa “Faustão na Band”, onde se atualiza sobre os lançamentos musicais da atualidade. A música aparece em sua vida ainda através do canto. Dono de uma voz firme e afinada, Aluysio lembra que gostava muito de cantar sucessos de Orlando Silva e para mostrar seu talento, apresentou “Emoções”, de Roberto Carlos, à equipe do Jornal Posto Seis. “Canto sempre na portaria, quando há festas”, cita, mencionando ter sido requisitado até em ceias de Natal.

Apesar do espírito comemorativo, optou por não celebrar seu centenário. “Não quis por conta da pandemia”, lamenta, apesar de satisfeito com o aniversário “Quando eu tinha 90 anos, um vizinho de 94 anos morreu. Achei que eu não chegaria nem a essa idade”. Agora, Aluysio acredita que irá longe: “ainda nem tenho o cabelo todo branco”, mostra, indicando que a vida pode lhe reservar muitas surpresas.

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