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Coluna "Turismo": Israel

(publicada nas edições 443 e 444)


Israel é um pequeno país que atrai muitos turistas devido seus inúmeros atrativos. Por ser um território pequeno, pode ser visitado por inteiro em poucos dias. O ideal é separar a viagem em quatro partes: Tel Aviv, sul, norte e Jerusalém. Os deslocamentos entre elas são rápidos. O aeroporto internacional fica em Tel Aviv, local da primeira estadia. A viagem começa em Jaffa, uma das cidades mais antigas do mundo e incorporada a Tel Aviv na década de 1950. Do porto, pode-se ver também as Rochas de Andrômeda, que deram origem ao mito grego referente a essa princesa etíope. Há também diversos episódios bíblicos que teriam acontecido em Jaffa. A casa de Simón, o Curtidor, seria o lugar onde Pedro teria recebido a mensagem divina lhe orientando a evangelizar os pagões. Por este motivo, foi erguida, em sua homenagem, a Igreja de São Pedro, o prédio mais imponente da região.


Outra razão para visitar a área é a visão do Mar Mediterrâneo com suas águas cristalinas e seu tom de azul único. No verão, as praias próximas atraem muitos banhistas, mas quem prefere apenas vê-lo pode visitar o Parque Abrasha, onde os visitantes deparam-se com a Estátua da Fé. Outra atração no parque é a Ponte dos Desejos, adornada com peças representando os signos do zodíaco: segundo a tradição local, quem encostar na placa correspondente ao seu e pensar em algum desejo, que deve ser mantido oculto, terá ele concretizado.

Estátua da Fé, em Jaffa, Israel
Estátua da Fé, em Jaffa
Rua milenar preservada em Jaffa, Israel
Rua milenar preservada em Jaffa
Ponte dos Desejos, em Jaffa, Israel
Ponte dos Desejos, em Jaffa

Saindo de Jaffa, os visitantes que quiserem conhecer Tel Aviv em ordem cronológica podem seguir para HaTachana, uma antiga estação ferroviária que atualmente possui lojas e restaurantes, atraindo moradores e turistas. Foi a partir daquela antiga estação que a cidade começou a crescer longe do litoral, quando a área era um grande areal. Outro lugar para fazer compras é o Shuk Ha'Camel. Trata-se de um mercado aberto onde encontra-se de tudo com preços quase sempre acessíveis.

Shuk Ha'Camel, em Tel Aviv
Shuk Ha'Camel

Para os amantes de história, o Museu do Salão da Independência também deve ser visitado. Instalado no imóvel onde David Ben Gurion proclamou a independência do território em 1948, ele mantém alguns ambientes praticamente intocados desde então. Através de documentos e vídeos, os frequentadores conhecem todo o contexto que resultou naquele momento histórico para o país. Outro ponto que merece atenção é o memorial a Yitzak Rabin. A homenagem situa-se no exato local onde o primeiro-ministro foi assassinado em 1995 imediatamente após descer do palco de um comício onde discursou pedindo paz entre os povos.


Saindo de Tel Aviv, segue-se para o Sul de Israel. A ideia é passar a noite em uma tenda beduína: em Hanodkim (www.hanokdim.com), isso é possível. Na chegada, todos são recepcionados com chá quente (no inverno) e há a opção de passear pelo deserto em cima de camelos criados pelo grupo. As refeições, muita saborosas, são uma experiência a parte e transportam os visitantes para alguns séculos atrás, quando as pessoas sentavam no chão e comiam usando as mãos. À noite, apresentações de artistas locais levam entretenimento para o lugar, onde todos dormem dentro de cabanas. No entanto, é necessário deitar-se cedo para aproveitar bem o dia seguinte, que começa ainda de madrugada, já que a ideia é assistir ao sol nascendo no alto de Massada.

Camelos na tenda beduína

Massada é o conjunto de ruínas da época dos romanos mais completo atualmente. A fortificação, os templos, as casas e as demais construções resistiram bem conservadas. Situada imediatamente acima do Mar Morto, a cidadela foi cenário de uma tragédia: durante a invasão romana, a população local, ao perceber que estava encurralada, cometeu suicídio coletivo. Havia a crença de que os invasores já haviam escravizado todos os judeus e, portanto, aquele povo seria o último desse grupo ainda livre. O local foi recuperado apenas entre os anos de 1963 e 1965 após muitos séculos de abandono.

Massada, em Israel, com o Mar Morto ao fundo
Massada, com o Mar Morto ao fundo
Massada, em Israel
Massada

Após avistar o nascer do sol, pode-se descer a pé ou de bondinho e de lá, segue-se para o Mar Morto, cujas águas em tons azul-turquesa são convidativas para o banho. Mesmo no inverno, quando a região é bastante gelada, é aconselhável tomar coragem de tirar os casacos e entrar nele pelo menos para conhecer a textura de sua água, que, ao tocar no corpo dos banhistas, é oleosa. A salinidade também impressiona: devido a ela, saltos e outras brincadeiras inocentes são proibidas. Uma das sensações que mais impressiona os turistas é a dificuldade em colocar os pés no chão após tirá-los do solo para boiar. Vestiários em suas praias permitem que os visitantes troquem de roupa e até tomem banho antes de seguirem para outro lugar.

Mar Morto, em Israel
Mar Morto

A próxima região visitada é o Norte de Israel, onde situa-se o Mar da Galileia. Uma ideia é se hospedar em algum kibbutz da região. Inicialmente, as economias deles eram fechadas, mas, devido à globalização, alguns promoveram formas de gerar renda para ser gasta no mercado externo e, por isso, alguns viraram hotéis. Nessa área, a ida a Rosh Hanikra é um passeio imperdível. Trata-se de um conjunto de grutas na fronteira do Líbano formadas pela ação do mar ao longo de milhões de anos. O acesso é feito por um bondinho e, antes da visita, é exibido um vídeo falando do local e da lenda que diz que uma jovem, ao ser forçada a se casar com um homem diferente de seu amado, teria se jogado na água ali e por isso, ainda se ouve seu choro.

Rosh Hanikrá. no norte de Israel
Rosh Hanikrá
Rosh Hanikrá, no norte de Israel
Rosh Hanikrá

O som, na verdade, é resultado das ondas batendo nas pedras e esse movimento provoca um jogo de luz e sombra nas águas mediterrâneas, intensificando sua tonalidade e encantando os visitantes. Cidades como Safed, o centro do cabala, e Haifa, a maior da região, também merecem atenção dos turistas.


A viagem termina por Jerusalém, a capital de Israel, e um dos espaços mais especiais de toda a viagem. Fora da Cidade Velha (que é dividida em quatro bairros (um é judeu; outro cristão; o terceiro, muçulmano e o último, armênio), há diversas atrações como o Yad Vashem. Trata-se de um museu destinado à memória das vítimas do Holocausto, onde o foco é em suas vidas, não nas mortes. Além dele, há também o Museu de Israel, que possui o maior acervo de artefatos bíblicos do mundo. Dividido em alas, sua coleção recentemente foi complementada com uma enorme escultura mostrando como seria a cidade antes da destruição do Segundo Templo. O primeiro era o Templo de Salomão, erguido no século XI aC e onde era guardada a Arca da Aliança, que acomodava as tábuas dos dez mandamentos. Foi destruído por Nabucodonossor II em 586 aC a essa invasão é atribuído o sumiço da Arca. No mesmo lugar, esse segundo, o Templo de Herodes, foi erguido com o retorno dos judeus a Jerusalém – sua construção foi encomendada em 539 aC e o rei mencionado em seu nome o reformou no ano 1.

Jerusalém
Jerusalém

Esse prédio foi destruído pelos romanos em 70 e a única parte que sobrou foi seu muro oeste, o Muro das Lamentações (chamado pelos locais de “kotel”), onde os judeus iam lamentar a destruição do prédio tão importante para sua cultura. Trata-se de um dos principais lugares de visitação na Cidade Velha. Após um rígido controle de segurança, pode-se chegar até ele. Com as mãos neles, pessoas de todas as crenças fazem suas preces e orações. Atualmente, o terreno dos templos de Salomão e Herodes é ocupado pela Cúpula da Rocha, que compõe a Mesquita de Omar que, com seu enorme domo dourado, é imponente na paisagem da antiga Jerusalém. O local também é muito importante para os muçulmanos, já que ali teria sido o local da viagem aos céus realizada pelo profeta Maomé. Em seu interior, há a enorme rocha usada como altar em diversos sacrifícios: para os judeus, é a mesma pedra onde Abrahão teria preparado o sacrifício a seu filho.

Muro das Lamentações, em Jerusalém
Muro das Lamentações

Aos amantes de arqueologia, Jerusalém reserva ainda outra surpresa: há um passeio por sua parte subterrânea. Galerias que totalizam 2 quilômetros de extensão permitem que as ruínas construções da época de Herodes sejam conhecidas. Jerusalém também possui outros lugares de interesse histórico e religioso como a Via Dolorosa, por onde Jesus teria caminhado antes de ser crucificado; a Basílica do Santo Sepulcro, onde acredita-se que o corpo dele foi deixado e onde, posteriormente, ele ressucitou e a Mesquita de Al-Aqsa, que, para os islâmicos, é um dos lugares sagrados depois de Meca e Medina.

Parte subterrânea de Jerusalém

Quase toda a população israelense fala inglês bem, o que ajuda os visitantes que desconhecem hebraico. Não há voos direto saindo do Brasil, mas muitos fazem apenas uma conexão. Consulte seu agente de viagens para mais informações.

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