Coluna "Turismo": Ouro Preto e Mariana
- Mauro Franco
- 22 de abr. de 2021
- 4 min de leitura
(publicada na edição 542)
Já pensou em visitar as cidades históricas de Minas? Elas compõe um circuito que alia além das belas construções do passado, boa gastronomia. Ouro Preto é um destino bastante procurado no carnaval, mas que merece ser visitado ao longo do ano todo devido aos seus atrativos. Combinado com a vizinha, Mariana, é um destino perfeito para um feriadão. Saindo de Belo Horizonte, chega-se nela com menos de duas horas de viagem. Preparado para conhecer esse pedacinho da história do Brasil?
Ouro Preto é como um museu a céu aberto, repleto de construções coloniais que, por si só, já faz a viagem valer a pena. Prepara-se para caminhar muito em meio às ladeiras (metade da cidade é montanhosa), observando os inúmeros muros de pedra erguidos pelos escravos. A Praça Tiradentes é o ponto de partida dos principais turistas, além de ser o local onde muitos guias de turismo oferecem passeios aos visitantes. Caso opte por um, converse bastante com o profissional para avaliar se ele é capaz de passar a melhor experiência. Questione informações sobre o passeio (como a duração, por exemplo), o veículo a ser usado (ele será capaz de subir, com segurança, alguns trechos?), quem será o motorista, etc.
Se optar por conhecer a cidade a pé, o Museu da Inconfidência fica exatamente na praça, com informações relacionadas ao passado da região, de Tiradentes e dos outros inconfidentes no próprio prédio que serviu de cadeia. No acervo, diversos objetos da época do ciclo do ouro podem ser conhecidos. Ali atrás, fica a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, uma das últimas obras de Manoel Francisco Lisboa, o pai de Aleijadinho – o filho também participou da construção. O templo foi concluído em 1766 e é apontado como uma joia barroca. Na frente dele, a Feira de Pedra Sabão é imperdível para os turistas. Aproveite para comprar ali os souvenires da viagem: eles são feitos pelos próprios artistas, usando matéria-prima local.

Perto dali fica outra igreja imperdível, a de São Francisco de Assis, outra obra-prima de Aleijadinho. Adornada com pinturas de Mestre Ataíde, trata-se de uma das principais construções do período colonial, o que faz a visita ser imprescindível. Os apreciadores destes espaços não podem perder ainda a Matriz Basílica de Nossa Senhora do Pilar, uma das mais ricas da região, adornada com quase meia tonelada de ouro e mais a mesma quantidade de prata.


De lá, pode-se seguir a pé também para a Casa da Ópera, o teatro mais antigo do Brasil e ainda em funcionamento. Em junho, a casa completa 250 anos. Caso não seja possível assistir nenhuma apresentação, não deixe de fazer a visita guiada. É imperdível! Outro passeio bastante apreciado é o museu Casa de Contos, com uma vasta coleção de moedas antigas brasileiras. O acervo traz ainda os equipamentos usados, no passado, para cobrar impostos da população e a derrama. Parte do imóvel já foi uma senzala e esse passado é relembrado como maneira de conscientizar os frequentadores acerca dos horrores do passado.

Quem quiser conferir outro aspecto de antigamente – no caso, a mineração artesanal – pode escolher alguma das minas para visitar. A Du Veloso foi aberta por escravos africanos na época do ciclo do ouro, há aproximadamente 300 anos, e ao percorrer as galerias, a história do local é contada pelos guias, que também apresentam detalhes geológicos daquelas pedras. Há ainda outras opções, mais perto do Centro Histórico, como as do Palácio, do Bijoca e de Chico Rei (nesta, é necessário se agachar para percorrer certos trechos), porém, menores. A maior delas é a da Passagem, a mais comprida do mundo aberta para visitação, profunda 120m e a única da área onde o interior é acessado por meio de carrinhos.

Esta mina fica no caminho para Mariana, a próxima cidade do roteiro, situada a apenas 14km de Ouro Preto. Nela, também é possível circular a pé pelo centro histórico. Antes de chegar nele, a parada é obrigatória na Igreja São Pedro dos Clérigos, de meados do século XVIII. Nunca concluída, ela fornece vista panorâmica da cidade, já que é situada em um ponto alto, e diferente das demais coloniais, possui a fachada avermelhada devido ao uso de arenito em sua construção.

Já no Centro Histórico, é na Praça Minas Gerais que ficam as chamadas igrejas gêmeas: a de São Francisco de Assis e a de Nossa Senhora do Carmo. A primeira é um projeto de Aleijadinho e é o local onde jaz Mestre Ataíde, um dos expoentes da arte brasileira. Já a segunda foi parcialmente destruída por um incêndio, em 1999, e o que se vê atualmente é sua reconstrução, que preserva as características originais e segue apontado como um dos mais bonitos da região. Bem na frente, fica a Casa de Câmara e Cadeia, outro casarão histórico com entrada franca. Portanto, dê uma entradinha pra conhecê-la. O prédio já teve diversos usos, de quartel à seda da Prefeitura, e nele, pode-se conferir móveis originais e a própria arquitetura.

A poucos metros dali fica a Praça Gomes Freire, cujo entorno reúne bons restaurantes e lojinhas variadas que vendem de tudo, principalmente artesanato. Experimente parar ali para o almoço, ou, então nas imediações da Praça da Sé, exatamente ao lado. É nela que fica a Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção, de 1703, endereço de um charmoso museu de arte sacra. O destaque fica por conta do órgão original de 1700, que pertencia à Corte portuguesa, e que é um exemplar único no Brasil.
Quem deseja continuar a visitar outras cidades histórias pode seguir a Sabará, Congonhas, Tiradentes e São João D’El Rey, ou mesmo seguir em outra direção, a partir de Belo Horizonte, e dedicar algum tempo a Diamantina. O que não falta em Minas são opções charmosas para seu feriado ou férias. Considere este destino em sua próxima viagem.
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