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Jornal Posto Seis 25 anos: reportagens recorrentes cobraram ações do Poder Público


Praça Sarah Kubitschek em 1998

Desde que o Jornal Posto Seis foi lançado, há 25 anos, alguns problemas continuam perpetuados em Copacabana. Apesar da constância deles ao longo do tempo, nenhum foi esquecido e as soluções, constantemente cobradas do Poder Público.


Os arrastões foram mencionados desde 1996, quando o aumento do policiamento no verão, visando coibir esse tipo de ação, já era assunto na sociedade. Na época, os comerciantes apontavam que esse problema prejudicava seus negócios, já que muitos moradores, em especial os idosos, deixavam de sair de suas casas quando a praia estava cheia. Para coibir os desordeiros, o 19ºBPM organizou um esquema especial, com “blitzes” constantes. Em paralelo, a 5ª Região Administrativa colocou guardas municipais também atuando.


Apesar das ações, no verão de 2021 a situação ainda era uma realidade, retratada em reportagens diversas nesse intervalo de tempo, evidenciando que são necessárias intervenções em outras esferas. O assunto chegou a ser tema de uma audiência na Alerj em 2015. No encontro, noticiado pelo Jornal Posto Seis, foi apontada tanto a parte social (dos 730 menores encontrados fazendo baderna no verão anterior, 13% não estavam matriculados em escolas e 30% não tinham famílias) quanto a jurídica, que não dá segurança aos policiais, além de outros fatores.


Já a população em situação de rua é tema de reportagens desde 1999, quando o Jornal Posto Seis desenvolveu uma especial sobre o assunto, focado principalmente nas crianças e nos adolescentes, muitos dos quais apontados como moradores de residências menos convidativas que as calçadas. A vulnerabilidade dos adultos, assim como os programas sociais da Prefeitura, também foram abordados: naquela época, foram contabilizados mais de 2 mil abrigados na Fazenda Modelo, em Guaratiba.


Em 2018, a equipe chegou a visitar, sem aviso, um dos abrigos, onde pôde constatar a situação em que eles se encontram, em boas condições de conservação e higiene e oferecendo aos abrigados serviços nas áreas médica, psicológica, social e empregatícia, mas foi na edição 500 (2019) que o tema foi abordado da maneira mais ampla. Trabalhos desenvolvidos por grupos não-governamentais, estatísticas referentes àquela parcela da população, estudos, legislação, opiniões médicas e as ações da Secretara Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos foram citados na reportagem, uma das mais extensas da história do Jornal Posto Seis.


A Praça Sarah Kubitschek também recebeu acompanhamento constante nesses 25 anos. Na data das primeiras notícias publicadas, o painel que enfeita o polêmico muro sequer tinha sido instalado, mas o paredão já incomodava aos moradores. Em 1998, sua retirada era solicitada pois ele taparia o acesso visual ao espaço, proporcionando falta de segurança e atraindo população em situação de rua. Essa demanda, ainda atual, foi alvo de abaixos-assinados e manifestações diversas.


Os problemas do Parque Garota de Ipanema também são antigos nas páginas do Jornal Posto Seis. Apontado em 1998 como abandonado e sujo, o espaço conservou os adjetivos ao longo das décadas, conforme apontado em publicação de 2017, quando foi mencionado que as reclamações se repetiam há mais de 30 anos. Naquela data, questões como concentração de população em situação de rua, falta de poda, acúmulo de entulhos foram algumas das somadas à situação, idêntica à noticiada em 2020, quando o local foi fechado devido à pandemia de COVID-19, mas continuou sendo usado por usuários de drogas que invadiam o parque pelas brechas entre a grade, arrebentada.


Outras demandas sobre logradouros públicos, como a falta de manutenção em calçadas, também costumam aparecer com frequência nas páginas do Jornal Posto Seis. Incontáveis reportagens publicadas há, pelo menos, 16 anos, cobram ações do Poder Público no que diz respeito ao conserto, quando for incumbência da Prefeitura, ou cobranças para que os responsáveis arrumem os passeios.


Em 2005, o arquiteto Haruyoshi Ono, que trabalhou por 30 anos com Burle Marx, autor do projeto que resultou na pavimentação com pedras portuguesas, explicou que os transtornos eram decorrentes da alteração do projeto original previsto pelo paisagista. “As pedras deveriam ser menores e o espaçamento entre elas, menor também. Dessa forma, o piso ficaria mais forte, não quebraria com tanta facilidade e as pessoas teriam menos problemas com saltos presos. Existe uma maneira correta para se quebrar essas pedras, que não é obedecida. Elas devem ser encaixadas como num quebra-cabeça. Para se quebrar as pedras e colocá-las corretamente leva mais tempo do que como é feito. A mistura para a argamassa também não é feita na proporção devida, então as pedras se soltam com facilidade”, descreveu. Posteriormente, outras reportagens apontaram ainda os transtornos causados pelo calçamento em cimento, evidenciando que independente do material, é necessário manutenção.


A falta de cuidados com os bancos de concreto da orla também foi mencionada em ocasiões diversas. Já em 2010, os riscos eram apontados e naquela época, a cobrança era antiga por parte da Sociedade Amigos de Copacabana. Passados dez anos, o tema ainda era recorrente: em abril de 2020, a equipe do Jornal Posto Seis vistoriou diversos pontos da orla e o resultado foi apontado como alarmante por um engenheiro civil, que chamou a atenção para o risco de desmoronamento iminente daquelas estruturas. Sua previsão se concretizou logo: em julho, uma unidade desabou no Leme, confirmando o perigo proporcionado por inúmeros outros.


Outro tema recorrente é a falta de iluminação adequada na Avenida Nossa Senhora de Copacabana à noite. O assunto ganhou força quando os postes da Rua Barata Ribeiro foram acrescidos de “braços” voltados para a calçada, levando claridade ao passeio, em 2011. O mesmo foi prometido para o outro logradouro, considerado escuro demais em muitos trechos após o fechamento do comércio, quando as lâmpadas são desligadas e as grades metálicas impedem a visualização das vitrines, conforme apontado em publicação de 2020. A melhoria foi prometida para a avenida em 2012, mas ainda não saiu do papel, ainda que, nove anos depois, as lâmpadas tenham sido substituídas por outras mais claras em alguns trechos.


A Travessa Moacyr Deriquem é outro logradouro que, vez ou outra, é abordado em reportagens. A passagem, que liga a Rua Santa Clara ao Bairro Peixoto, frequentemente é alvo de reclamações variadas como presença de população de rua, que além de intimidar os moradores, cozinha com fogareiros, proporcionando risco de incêndio no edifício situado acima. Além disso, ainda faz necessidades fisiológicas no espaço, o que causa mal cheiro e obriga os porteiros do entorno a limparem a área. O trânsito de bicicletas e motos em alta velocidade no corredor, exclusivo para pedestres, também foi citado diversas vezes em matérias variadas.


Enquanto todos esses problemas seguem sem solução, incontáveis outros foram resolvidos devido às cobranças publicadas no Jornal Posto Seis. Os êxitos foram abordados na edição 541 e a mesma reportagem, na íntegra, está disponível em www.postoseis.com.br

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