O Museu de Arte do Rio (MAR) foi a primeira obra do projeto de revitalização da zona portuária a ser concluído. Inaugurado em março de 2013, ocupa dois prédios que já existiam e com perfis completamente opostos. Apesar de recente, possui um vasto acervo, composto de doações e aquisições, além de receber empréstimos de obras para exposições temporárias. A instituição abriga ainda a Escola do Olhar, que visa educar artisticamente estudantes de escolas públicas. Inicialmente, o local abrigaria a Pinacoteca Escola do Olhar (ou Pinacoteca do Estado do Rio), que já era planejada para funcionar nos dois edifícios, ligados por uma ponte de vidro que, segundo o antigo projeto, ocuparia o espaço dos dois andares do meio do Palacete D. João VI, o mais antigo, e a área correspondente do endereço vizinho. A proposta era muito parecida ao do MAR: além dos espaços para as mostras, haveria outros destinados ao ensino de arte (principalmente para crianças e jovens). A integração com a região aconteceria através de um teleférico conectando o novo espaço ao Morro da Conceição, vizinho à Praça Mauá. Outra ideia era usar as fachadas das construções para exibir projeções à noite. Os prédios ocupados, em seus tempos áureos, tiveram grande importância na região. O Palacete D. João VI (também chamado de Palácio Dom João), erguido entre 1913 e 1918, era a sede da Inspetoria de Portos. Ficou abandonado por cerca de 20 anos, sofrendo com a ação do tempo, o vandalismo e a ocupação irregular. Já a estrutura mais recente foi o endereço do Terminal Mariano Procópio, que foi a rodoviária da cidade até a construção da Novo Rio, em 1956, e também sede do Hospital José da Costa Moreira, que atendia funcionários da Polícia Civil e seus dependentes. A reforma de ambos teve início em 2010. Antes mesmo do início da obra, idealizada pela Prefeitura do Rio e pela Fundação Roberto Marinho, o nome da instituição foi alterado para Museu de Arte do Rio, gerando a poética sigla MAR. Seu conteúdo foi idealizado pelo curador Leonel Kaz, com ajuda de colaboradores como o filósofo Auterives Maciel, o historiador Rafael Cardoso e o também curador Paulo Herkenhoff, o responsável pela nova nomenclatura. O desafio de unir os edifícios ficou a cargo dos arquitetos Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen, que alteraram a proposta inicial. Enquanto o Palacete D. João VI foi restaurado para receber as exposições, o antigo hospital teve sua fachada completamente alterada, ganhando traços ainda mais modernos para sediar a Escola do Olhar, que possui 11 salas de aula para ensinar artes e cultura visual aos jovens alunos. O tour pelo MAR começa pelo prédio mais recente, onde os visitantes sobem até a passarela que conecta-o ao vizinho. Na antiga construção, as exposições são apresentadas de cima para baixo. Dessa forma, ao fim da última, os frequentadores da instituição saem pela porta principal. A conexão dos ambientes internos foi realizada também nas fachadas de estilos tão diferentes: completando o projeto, uma cobertura, construída no alto do museu, transmite a ideia do movimento das ondas.
Fonte: BASTOS, Isabela. "Prefeitura vai criar centro cultural no Palacete D. João VI, na Praça Mauá". O Globo, Rio de Janeiro: 8 de novembro de 2009, página 31. FURLANETO, Audrey. "MAR adentro". O Globo, Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2013, Segundo Caderno, páginas 1 e 2. VELASCO, Suzana. "MAR à vista". O Globo, Rio de Janeiro: 30 de maio de 2010, Segundo Caderno, páginas 1 e 2. In: http://www.museudeartedorio.org.br In: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,palacio-d-joao-vi-sera-sede-da-pinacoteca-do-rio,376505,0.htm
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