A Praça XV, durante muitos anos, foi um dos locais mais importantes do Rio de Janeiro. Ali, existem prédios históricos, como o Paço Imperial, de onde eram tomadas as decisões governamentais da época da monarquia e a Antiga Sé, que foi a capela real e catedral da cidade, além de outras construções históricas. Aos sábados, sua calçada torna-se o cenário de uma grande feira de antiguidades, onde os frequentadores podem encontrar verdadeiras relíquias. No entorno do espaço, muitos prédios ajudam a contar a história do Brasil. Originalmente, era chamada de Terreiro do Ó em referência à Capela do Ó, erguida em 1585 pelos carmelitas. Com o tempo, passou a ser conhecida como Terreiro da Polé por causa de um tronco usado para castigar escravos. Com a construção do Convento do Carmo (cujo prédio ainda existe parcialmente e funciona como sede de uma universidade), em 1619, no terreno vizinho ao espaço religioso, tornou-se conhecida como Largo, Praça ou Terreiro do Carmo. Apesar do terreno pantanoso, os carmelitas construíram outros prédios ali, como a Casa da Moeda (transferida da Bahia para o Rio de Janeiro em 1699) e o Armazém D'El Rey. Em 19 de julho de 1648 foi fundada a Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Composta por negociantes ricos, seus integrantes usavam a capela do convento para seus encontros, com consentimento dos frades carmelitas. Pouco tempo depois, em 1661, tiveram início as discussões sobre a construção de um espaço próprio dentro do convento, que veio a ser a Capela da Paixão do Cristo, concluída em 1668. Com o crescimento de fieis, ela mostrou-se pequena demais. Por isso, foi encomendado um novo templo, a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, que começou a ser erguida em 1755. As obras se estenderam até 1770, quando ela foi inaugurada sem estar totalmente concluída (as torres ficaram inacabadas e foram concluídas entre 1847 e 1850). Seu interior possui obras de artes em estilo barroco e demorou quase um século para ser concluído. Sua singular fachada faz dela a única igreja carioca colonial. Durante esse período, em 1760, foi acertada a construção de mais uma igreja: a de Nossa Senhora do Monte do Carmo, localizada entre o convento e a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Essa, mais tarde, ganhou importância ao ser escolhida para as missas da Família Real. Antes disso, o entorno do Largo do Carmo já havia sido ocupado pela população, já que os limites do Morro do Castelo não atendiam mais ao crescimento urbanístico. O povo passara a ocupar o vale entre esse monte e o de São Bento. Nesse espaço, fora projetado também um cais no lugar da Praia do Peixe (que existia ali), executado anos mais tarde. Uma das principais construções da praça era a Casa dos Governadores, idealizada pelo governador Gomes Freire de Andrade. Em 1743, ele obteve autorização para erguer ali sua residência política. O prédio incorporava a Casa da Moeda e Armazém D'El Rey (que funcionaram no térreo até 1808), além de ter recebido um segundo andar. O largo foi totalmente remodelada em 1779, quando o vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa ordenou a construção do cais, que foi projetado pelo engenheiro Jacques Funck, e de um chafariz. Por causa de falhas no projeto e na obra, a peça foi refeita pelo escultor Mestre Valentim, um dos principais nomes da época. O Chafariz do Carmo (também conhecido como Chafariz da Pirâmide) foi inaugurado em 27 de março de 1789. Feito de gnaisse carioca (pedra típica do Maciço da Tijuca, encontrada nos morros do Corcovado e Pão-de-Açúcar), era localizado na beira do mar, entre as duas escadas do embarcadouro e ao lado de outro chafariz, o da Junta de Comércio - a construção de outro, vizinho a este, foi autorizada devido aos problemas de abastecimento que existiam na cidade. Sua água era proveniente do Morro de Santa Teresa, de onde seguia pelo Aqueduto da Carioca (atualmente, Arcos da Lapa) até o Morro de Santo Antônio. De lá, ia pela Rua do Cano até o Largo do Carmo, onde cumpria sua missão de abastecer os navios. Outra construção iniciada nesse tempo foi a Igreja de Santa Cruz dos Militares. Erguida entre 1780 e 1811, na Rua Direita, ocupava o local de um pequeno forte. Sua fachada era inspirada na Igreja de Gesù, em Roma, com pilastras e estátuas dos evangelistas. Seu interior, todo branco, recebeu adornos dourados, destacando sua beleza. Pouco tempo depois, em 1790, um grande incêndio alterou a paisagem do Largo do Carmo. O fogo atingiu os três prédios que compunham o palacete da família Teles de Menezes do Pinto Alpoim. A única parte que não foi atingida foi a do arco, projetado pelo brigadeiro João Fernandes Pinto Alpoim e que era a passagem para a Rua do Ouvidor, onde, desde 1754. Na época do acidente, a antiga casa funcionava como sede da Câmara. Por isso, muitos documentos foram perdidos. O Arco do Teles, como passou a ser conhecido, continua preservado nos dias atuais e é o único arco colonial da cidade. Através dele, chega-se à Travessa do Comércio, que, com suas calçadas estreitas e casas de paredes largas e pé direito alto, transmitem a atmosfera daquele tempo. A chegada da Família Real ao Rio de Janeiro aconteceu em 1808. O desembarque aconteceu no cais e, através dos degraus do Chafariz do Carmo, a corte pisou pela primeira vez no Rio de Janeiro. Com isso, as carmelitas foram obrigadas a deixar o convento, que passou a ser a moradia da rainha D. Maria (que faleceu ali em 1857), sede da Biblioteca Real e do Real Instituto de Física, depósito de alimentos da Corte e um galinheiro, que ajudava a cultivar os hábitos alimentares do príncipe-regente D. João VI. Ele, por sua vez, apossou-se da da Casa dos Governadores, transformando-a em Paço Real. Conectando as duas construções, foi erguida uma passarela, que permitia a passagem da família real sem que houvesse a necessidade de usarem a rua. No entanto, o local foi considerado desconfortável pela Corte, que se mudou, no mesmo ano, para São Cristóvão. O prédio continuou como sede do governo e, com isso, o Largo do Carmo teve seu nome alterado para Largo do Paço. Outra construção que ganhou importância com a Corte no Brasil foi a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo, que foi transformada em Capela Real até 1889, quando teve seu título trocado para Capela Imperial. O templo guarda ainda urna com partes das cinzas de Pedro Álvares Cabral, colocadas ali em 1903. Foi catedral até 1979, quando a nova sé foi construída na Avenida Chile. Ainda em 1808, começou a ser erguida a Igreja de São José na esquina da rua homônima com a Avenida Aparício Borges (atual Antônio Carlos), atrás do Paço. Em seu lugar, havia uma das capelas mais antigas do Brasil, cuja data de construção não é conhecida (seus documentos foram perdidas quando a cidade foi saqueada pelo francês Duguau-Trouin, em 1711; no entanto, há registros que mostram seu funcionamento já em 1630). Com o passar do tempo, tornou-se conhecida pelos seus sinos, que são considerados os mais sonoros do município. Destaca-se pelo seu estilo colonial e seu interior neoclássico. O Paço Real (que havia passado por duas reformas que alteraram sua fachada) foi o endereço de vários momentos importantes na história do Brasil. Com a volta do rei D. João VI a Portugal, após a expulsão das tropas responsáveis pela fuga da Família Real e devido à pressão do povo europeu, seu filho, D. Pedro, permaneceu no território como príncipe-regente. Com o retorno de D. João, os direitos concedidos anteriormente, quando o Brasil foi elevado à categoria de vice-reino (1763) foram eliminados, pois havia o interesse em transformar a região novamente em colônia. Para isso acontecer, foi exigida a volta de D. Pedro. Isso incomodou os liberais do Partido Brasileiro, que organizaram um abaixo-assinado exigindo sua permanência. Em 9 de janeiro de 1822, contrariando as ordens, ele apareceu na varanda do Paço para declarar ao povo (que lotava o largo) que ficaria no Brasil. Sua iniciativa deu início ao processo que culminou na independência, em 7 de setembro do mesmo ano. Foi no Paço que aconteceram também as coroações dos imperadores D. Pedro e D. Pedro II, em 1822 e 1841, respectivamente. As missas de ambos os eventos foram realizadas na Capela Real, assim como o batizado de Princesa Isabel (filha de D. Pedro II). Na primeira metade do século XIX, pouco mudou na região. Uma mudança foi a construção do Mercado da Candelária, no lado oposto ao Paço, em 1841. Projetado pelo arquiteto Grandjean de Montigny, originalmente tinha 5.187m² (tamanho este que foi aumentado com a construção de mais dois andares e três anexos). Ele foi feito para atender as necessidades do processo de modernização da cidade. Até então, o comércio de comidas era feito nas ruas e nas praças. No próprio Largo existiam quiosques que vendiam peixes frescos. A partir de 1872, surgiram outros naquele trecho, também vendendo produtos alimentícios, além de outros itens como jornais, bilhetes de loteria, livros e cigarros. O crescimento da cidade já havia deixado marcas na região anteriormente. Em 1816, o francês Louis Pharoux veio ao Rio de Janeiro e, diante da carência de hoteis de luxo, ergueu, no Largo do Paço, um hotel com seu nome. Dessa forma, o embarcadouro próximo passou a ser popularmente conhecido como Cais Pharoux. Mais tarde, em 1857, a Rua do Cano (atual Sete de Setembro) foi prolongada até a praça. Para isso, foi demolido parte do convento. A parte restante foi conectada à torre através de uma passarela, demolida em 1890. Antes disso, em 1874, foi inaugurado o novo cais - o antigo encontrava-se assoreado, o que impedia a chegada de navios. A obra havia sido encomendada entre 1841 e 1842 pela Câmara e concluída mais de três décadas depois devido à necessidade de aterrar a área. Isso afastou o chafariz das embarcações, que eram abastecidas por ele. Para remediar o problema, foi construída uma calha que avançava mar adentro. Nesse período, já haviam sido inauguradas as travessias de barca a vapor para Niterói - o serviço teve início em 1835. Cada uma tinha capacidade para 250 pessoas e partiam de hora em hora. Outra mudança aconteceu em 1877, quando a praça recebeu um novo urbanismo, além da pavimentação de paralelepípedo. Foi plantado um jardim em frente às igrejas, perto do Paço. No ano seguinte, a região do antigo Cais Pharoux foi agraciada com um chafariz austríaco (que foi retirado dali para a construção do Elevado da Perimetral, no século XX, e posteriormente instalado na Praça Mahatma Ghandi, na Cinelândia, no lugar do Palácio Monroe). Em 1888, a princesa Isabel apareceu na mesma varanda onde D. Pedro anunciou sua permanência ao povo para saudar a população após a assinatura da Lei Áurea. Isabel havia assumido o trono após seu pai, D. Pedro II, se afastar do cargo por motivos de saúde e ir para a Europa buscar tratamento. Sua ação deu início ao fim da monarquia, pois os proprietários de fazendas, ao perderem sua mão-de-obra sem receber indenização, passaram a defender a República. Diante do cenário político no Brasil inteiro, essa classe era uma das únicas que ainda defendiam o Império, que passava por uma crise após a Guerra do Paraguai (1864 - 1870). Devido a essas adversidades, a formação da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) era pouco valorizada pelo Império. Apesar disso, em 1893, foi instalalada, no Largo do Paço, uma estátua em homenagem ao General Manuel Luís Osório, o responsável por coordenar as tropas no conflito. Sua escultura foi feita pelo artista plástico Rodolfo Bernardelli, um dos mais importantes da época, que havia recebido a encomenda em 1887. Com a morte de Osório, seus restos mortais foram incorporados à obra: seu corpo foi embalsamado e encontra-se no pedestal. Acima dele, sua figura aparece montada em um cavalo - o General é o patrono da cavalaria do Exército. Na época, Bernardelli justificou a ausência de calçados alegando que isso representaria o sofrimento dele nas batalhas de Tuiuti (1866) e Avaí (1868), mostrando seu sacrifício. Nessa mesma época, o jardim do espaço foi ampliado até a Rua Sete de Setembro (antiga Rua do Cano, cujo nome doi alterado por um decreto em 1853). Outra homenagem à Guerra do Paraguai havia sido prestada antes, em 1870, com a troca do nome da Rua Direita para Primeiro de Março em referência à data do fim do combate. O Largo do Paço foi rebatizado como Praça XV de Novembro em 1890 por causa de um importante acontecimento ocorrido ali no ano anterior. Em 15 de novembro, um levante político-militar instaurou a República Federativa do Brasil, com o Rio de Janeiro (ainda como município neutro) como capital. A ação em si aconteceu na Praça da Aclamação (hoje chamada de Praça da República ou Campo do Santana), após os revolucionários (grupo de republicanos que defendiam a luta armada) visitarem a casa do marechal Deodoro da Fonseca, que os acompanhou até o quartel onde hoje se situa o Palácio Duque de Caxias e convidar os soldados a se rebelarem contra o governo. A manifestação continuou até o Paço Real (que, após o acontecimento, passou a ser chamado de Passo Imperial). A República foi proclamada naquela mesma tarde, na Câmara Municipal. Uma das primeiras rebeliões contra o governo após a República foi a Revolta da Armada, liderada pela Marinha. Após a renúncia do presidente Deodoro da Fonseca, que era Marechal do Exército, os marinheiros contestaram a posse do vice, Floriano Peixoto, alegando que a constituição dizia que este só poderia assumir após o eleito assumir o cargo por dois anos. Além disso, eram desfavoráveis às mudanças políticas que acompanharam a mudança. Em meio ao conflito, um tiro do encouraçado Aquibadã atingiu a torre da Igreja da Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, que havia sido construída na Rua do Ouvidor em 1753, cujo acesso era feito pelo Arco do Teles. A parte destruída foi refeita e até os dias atuais a irmandade guarda a munição como lembrança. Na virada do século, durante as obras de modernização da cidade promovidas pelo prefeito Pereira Passos (1902 - 1906), a praça recebeu um novo urbanismo (o anterior havia sido realizado em 1893) com plantas em toda a sua extensão. Além disso, foi erguido um coreto e mais um chafariz. O governante também o responsável por extinguir os insalubres quiosques que funcionavam na área e por modernizar a estação das barcas. Na gestão seguinte, o prefeito Francisco Marcelino de Sousa Aguiar deu continuidade às propostas e reformou a fachada do antigo Convento do Carmo, que foi descaracterizado e ganhou traços neoclássicos. Após a Família Real ter assumido a posse do prédio, ele foi transformado, em 1840 (durante o reinado de D. Pedro II) na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que funcionou ali até 1894. Pouco tempo depois da mudança, o prédio foi adquirido pelo Banco do Brasil, que instalou nele alguns departamentos. Entre 1909 e 1913, foi erguida a nova torre da catedral, com um andar a mais que a anterior, no lugar da antiga entrada do convento, que havia sido demolida. Na década de 1890, a fachada voltada para a Rua Sete de Setembro já havia sido reformada. Em 1908, foi erguido o Mercado Municipal Praça XV. Em seu interior, funcionavam mais de 200 lojas, fazendo dele um importante estabelecimento de venda de alimentos. Sua estrutura era a maior toda de ferro já construída no Brasil. Em suas extremidades, haviam quatro torres. Até 1911, ele funcionou junto com o Mercado da Candelária (localizada na outra ponta do logradouro, também beirando o mar), que foi demolido. Ele passou a ser idealizado ainda em 1890, mas o terreno só foi disponibilizado no ano seguinte. Sua obra foi iniciada somente durante a modernização da cidade promovida pelo prefeito Pereira Passos, pois o antigo espaço semelhante encontrava-se obsoleto. O mercado novo, projetado pelo Engenheiro Alfredo Azevedo Marques, tinha 22.500m² de área interna e ocupada a Praia de D. Manuel, vizinha à Praça XV. Foi concedida licença para os comerciantes usarem o espaço por 50 anos. Somente em 1926 é que a Praça XV recebeu outro novo prédio. Em maio, foi inaugurado, ao lado do Paço Imperial, o Palácio Tiradentes, que transformou-se na sede da Câmara dos Deputados. Durante o Estado Novo, teve suas funções originais interrompidas e tornou-se a sede do Departamento de Imprensa e Propaganda, voltando a exercer sua atividade primária com o fim da ditadura. A partir de 1946, abrigou também a Assembleia Constituinte, que foi transferida para o Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, em 1963, três anos após a transferência da a capital para Brasília. Com essa mudança, a Câmara dos Deputados foi transferida para o novo distrito federal e o prédio foi ocupado por diversos órgãos das administrações estadual e federal até 1975. Nesse ano, os estados do Guanabara e do Rio de Janeiro foram fundidos e, com isso, a edificação tornou-se o endereço da Assembleia Legislativa, que, dentre seus feitos, destaca-se por elaborar a Constituição de 1988. Sua construção foi concluída em quatro anos e ele ocupou o espaço que antes pertencia à Casa de Câmara e Cadeia (que também era conectada à antigo prédio do Império por uma passarela), onde o alferes Joaquim José da Silva Xavier (o Tiradentes) foi preso em 1792, enquanto aguardava sua execução. O local exato de sua cela, no exterior da estrutura, é marcado com uma estátua em sua homenagem. Projetado pelo arquiteto Arquimedes Memória e Couchet, possui a fachada em estilo neoclássico, semelhante a um templo grego, com seus colunas de 12 metros. Em seu interior, os visitantes encontram galerias em estilo Luís XVI, pisos de mosaico francês, um enorme painel de Eliseu Visconte no fundo do plenário (retratando o momento da assinatura da Constituição Republicana em 1891), além da cúpula com vitral de Chamberlland representando o céu brasileiro no momento da Proclamação da República, às 9h do dia 15 de novembro de 1889. A Praça XV permaneceu dessa forma até o aparecimento dos arranha-céus. Entre as décadas de 1940 e 1970, havia planos para demolir a centenária estrutura onde havia funcionado o Convento do Carmo, o que não aconteceu devido à Academia do Comércio (posteriormente incorporada à Universidade Cândido Mendes). Para o funcionamento da instituição, a parte central da estrutura foi colocada abaixo e, em seu lugar, erguido um grande edifício. Somente a frente foi preservada e restaurada, voltando a ter sua aparência colonial destruída no início do século. Outra mudança drástica foi a construção do Elevado da Perimetral, a partir de 1956. Concebida para conectar as vias expressas do Aterro do Flamengo com a Avenida Brasil, teve seu projeto alterado e passou a ligar também a Avenida General Justo à Praça Mauá e, nove anos mais tarde, o Rio de Janeiro à Ponte Rio-Niterói. O primeiro trecho, do aeroporto Santos Dumont à Igreja da Candelária, foi inaugurado em 1960. Para a obra dele, o Mercado Municipal foi demolido - os comerciantes juntaram-se e construíram o Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (Cadeg). A única torre que restou foi transformada no Restaurante Albamar. A obra degradou toda a região, que havia sido tão nobre. Relembrando os tempos áureos, em comemoração do quarto centenário da fundação da cidade, em 1965, Portugal presentou a praça, que foi o local de chegada da família real em 1808, com uma estátua de D. João VI montado a cavalo da raça alter. A peça, projetada pelo arquiteto Carlos Ramos, foi colocada, no dia 10 de junho, perto da estação das barcas, simbolizando o lugar do desembarque do monarca. O pedestal foi feito de granito; todas as outras partes, de bronze. A representação do monarca oferece, em sua mão direita, um globo com as estrelas da constelação Cruzeiro do Sul e outras 20 representando os estados brasileiros (na época, a divisão territorial era diferente da atual). Acima dele, há uma cruz, representando a religiosidade. Após anos de deteriozação, a Praça XV passou por grandes alterações na década de 1990. Em 1991, o tradicional mercado do peixe, que funcionava desde a época do Império, foi proibido de funcionar devido à ausência das condições higiênicas. Nesse mesmo ano, começou a ser discutido o fechamento do fluxo de veículos na Avenida Alfredo Agache, no trecho que passava pela área, perto do Elevado da Perimetral. Na época, a Secretaria Municipal de Transportes verificou que o local havia se tornado um ponto de ônibus forçado, já que os veículos paravam enquanto aguardavam passageiros. As obras do "mergulhão", a via subterrânea que substituiu a antiga, foram iniciadas em 1995. Para solucionar o problema dos coletivos, uma das pistas tornou-se exclusiva para eles. Com 400m de comprimento, o túnel possui 4,5m de altura e fica a 2,5m metros abaixo do nível do mar. O urbanismo da praça foi alterado com ele: a passarela que cruzava caminho anterior foi demolida. Os degraus do Chafariz da Pirâmide foram recuperados (eles foram escondidos com o aterro que afastou o cais) e a estação das barcas, restaurada. Com isso, o passeio virou um grande calçadão, muito usado pelas pessoas que vão ou voltam de Niterói. Aos sábados, das 8h às 14h, ele vira o endereço da maior feira de antiguidades da América Latina, que começou a funcionar em 1976 e contabiliza cerca de mil vendedores.
Horários de visitação: Paço Imperial: Terça a domingo, das 12h às 18h30m. Praça XV, 48. Tel.: 2533-4407 e 2533-7762 Palácio Tiradentes: Segunda a sábado, das 10h às 17h. Domingos e feriados, das 12h às 17h. Visitas em grupo devem ser agendadas previamente. Rua Primeiro de Março, s/n (entre as ruas São José e da Assembléia). Tel.: 2588-1251 / 2588-1393. Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo (antiga Sé): Segunda a sexta, das 8h às 18h. Rua Primeiro de Março, s/n (esquina com Rua Sete de Setembro). Tel.: 2244-7766. Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo: Segunda a sexta, das 8h às 15h30m. Rua Primeiro de Março, s/n (ao lado da antiga Sé). Tel.: 2242-4828. Igreja de São José: De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 17h. Domingos, das 8h30m às 11h. Avenida Presidente Antônio Carlos, s/n (esquina com Rua São José). Igreja da Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores: Diariamente, das 8h às 15h. Rua do Ouvidor, 35. Igreja de Santa Cruz dos Militares: Segunda a sexta, das 9h às 15h30m. Sábados, das 9h às 13h30. Rua Primeiro de Março, 36. Tel.: 2509-4858. Galeria do Convento: Segunda a sexta, das 12h às 19h. Rua Primeiro de Março, 101 (antigo prédio do Convento do Carmo)
Atrações próximas: Espaço Cultural da Marinha
Centro Cultural dos Correios Casa França-Brasil Igreja de Nossa Senhora da Candelária
Fonte: FERREZ, Gilberto. A Praça 15 de novembro: antigo Largo do Carmo. Rio de Janeiro: Riotur Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S.A., 1978. 68 páginas. FRANÇA, Carolina Rebouças e REZENDE, Vera F. O desaparecimento do Mercado Municipal Praça XV, fator na formação do espaço público da cidade do Rio de Janeiro. In: 1º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/simposios/195/195-350-1-SP.pdf SEARA, Berenice. Guia de roteiros do Rio Antigo. Rio de Janeiro: Infoglobo Comunicações Ltda, 2004. 205 páginas SCHMIDT, Selma. "Praça Quinze pode ser fechada ao trânsito". Jornal O Globo, Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1991, página 11. SCHMIDT, Selma. "Parte da Praça Quinze será reaberta ao tráfego amanhã". Jornal O Globo, Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1996, página 16. SN. "A estátua de Dom João XV dada por Portugal ficará no lugar onde êle desembarcou no Rio". Jornal O Globo, 14 de abril de 1965, página 5. SN. "Inauguração de monumento festeja em Dom João VI o rei que fêz maior o Brasil". Jornal O Globo, 11 de junho de 1965, página 2. SN. "Prefeitura quer tirar entreposto da Praça Quinze". Jornal O Globo, Rio de Janeiro, 8 de maio de 1991, página 12. In: http://umprofessordehistoria.blogspot.com.br/2011/03/praca-xv.html In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_da_Ordem_Terceira_do_Carmo_(Rio_de_Janeiro) In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Nossa_Senhora_do_Monte_do_Carmo In: http://contextohistorico.blog.terra.com.br/files/2009/12/imagens-praca-xv-18391.pdf In: http://wikiurbs.info/index.php?title=Convento_e_Igrejas_de_Nossa_Senhora_do_Carmo/Augusto_Maur%C3%ADcio In: http://ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com.br/2011/04/monumento-general-osorio-na-praca-xv-de.html In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Lu%C3%ADs_Os%C3%B3rio In: http://www.eb.mil.br/web/guest/osorio-cavalaria In: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/dia-do-fico/ In: http://www.comelliphilatelist.com/artigos3.asp?id=262 In: http://www.rioquepassou.com.br/2007/05/08/pegadinha-resposta-5/ In: http://www.centrodacidade.com.br/acontece/vs_arcoteles.htm In: http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_armada.htm In: http://www.jblog.com.br/rioantigo.php?itemid=15562 In: http://www.rioquepassou.com.br/2006/11/16/rua-7-de-setembro-com-primeiro-de-marco/ In: http://www.rioquepassou.com.br/2007/05/07/pegadinha-13/ In: http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/turismo/paco-imperial-de-morada-dos-nobres-a-centro-cultural/ In: http://www.rioquepassou.com.br/2006/11/16/rua-7-de-setembro-com-primeiro-de-marco/ In: http://www.alerj.rj.gov.br/memoria/cd/palacio/index.html In: http://www.flickr.com/photos/memoriaviva/178745432/in/set-72157594183002244 In: http://portomaravilha.com.br/web/sup/serObrMapaPer.aspx In: http://bndigital.bn.br/djoaovi/avoltadjoao.html In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_do_Brasil
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