A Ronda Maria da Penha da Guarda Municipal do Rio de Janeiro (GM-Rio) está utilizando uma peça teatral para ilustrar o ciclo da violência contra a mulher. A ideia para a criação da encenação aconteceu a partir da última capacitação de patrulheiros, em setembro deste ano, que contou com estudo de casos dramatizado. A peça é exibida durante as palestras de apresentação do trabalho desenvolvido pela equipe.
A dramatização é a parte da palestra que permite trazer consciência e esclarecer as mulheres sobre as formas como a violência doméstica pode se manifestar, que vão desde a agressão psicológica, como no caso de constrangimentos, vigilância constante ou limitação do direito de ir e vir; sexual, que pode se manifestar pelo impedimento do uso de contraceptivos e limitação ou anulação dos diretos sexuais e reprodutivos; entre outros casos; podendo chegar à violência física e até a morte.
“Muitas mulheres vítimas de violência doméstica não têm consciência do ciclo de violência em que estão inseridas. A dramatização é parte da palestra que costumamos dar e permite trazer consciência dos sinais de um relacionamento abusivo”, destaca a líder operacional Glória Maria Bastos, coordenadora da Ronda Maria da Penha da GM-Rio.
A primeira apresentação aconteceu nno fim de outubro em um centro de orientação e reabilitação beneficente que funciona em um bairro da Zona Norte do Rio e atende gratuitamente crianças e adolescentes com deficiências e suas famílias em situação de vulnerabilidade social. Estiveram presentes cerca de 70 mulheres, algumas com seus filhos. Ao término da palestra e da encenação, líder Glória contou que muitas mulheres presentes se reconheceram no ciclo e levaram seus relatos para a equipe e receberam orientação. “Algumas se emocionaram bastante por isso”, contou.
Saiba mais sobre a Ronda Maria da Penha- O projeto, criado em março deste ano, é realizado em parceria com o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e conta com 55 guardas municipais e apoio de quatro viaturas adesivadas com faixas na cor lilás e a logomarca do programa.
Os agentes capacitados atuam na verificação do cumprimento de medidas protetivas deferidas pelos juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital. Os patrulheiros realizam os atendimentos com três agentes, sempre tendo, pelo menos, uma guarda feminina na equipe. A principal missão exercida pelos patrulheiros da ronda é a verificação do cumprimento das medidas protetivas, criadas para coibir atos de violência doméstica e familiar.
Após receber a notificação do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, guardas municipais vão até a residência da mulher que teve a medida deferida para verificar se está sendo cumprida pelo agressor. Não se aproximar da vítima, não manter contato ou não frequentar determinados lugares estão entre as medidas protetivas mais utilizadas para evitar a repetição da violência contra a mulher.
Desde o início da criação do programa, até o dia 25 de outubro, a Ronda Maria da Penha já acompanhou 580 medidas protetivas e realizou 2.900 acolhimentos. Também foram registradas 14 prisões em flagrante. Atualmente, 500 mulheres são assistidas pelas equipes da GM-Rio.
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